A disciplina, New Media Publishing Project (Projeto de publicação em novas mídias), é ministrada por professores dos cursos de jornalismo, ciências da computação e engenharia. Na sala de aula, os alunos são divididos em times de estudantes de jornalismo e computação, com o objetivo de criar aplicativos web necessários para a apuração e o consumo de notícias.
Diferentemente dos profissionais da mídia, as escolas de jornalismo possuem recursos, tempo e energia para pesquisar e desenvolver tecnologias para a indústria, afirmou um professor de jornalismo no comunicado de imprensa da universidade.
Algumas das inovações dos estudantes incluem:
* Um programa que cria matérias de esportes geradas por computador a partir de quadros de resultados de jogos e lance a lance;
* Um plug-in do Microsoft Word que permite aos repórteres pesquisar e fazer checagem de informações rapidamente enquanto eles escrevem as matérias, sem ter que abrir a página de buscas na internet;
* Um aplicativo da web para o iPhone que fornece notícias diárias em blocos de cinco, dez e 20 minutos para leitores com tempo limitado;
* Dois aplicativos para o Twitter: um serviço de notícias que enviará aos usuários links de matérias relacionadas a seus posts, e o Tweetia, uma ferramenta que combinará reportagens com opiniões e informações relevantes em um determinado assunto via Twitter.
Os estudantes apresentarão os resultados a um grupo de jornalistas locais, executivos de empresas jornalísticas e professores da escola de jornalismo da Northwestern University na semana que vem. Para o jornalista Marcelo Soares, exemplos como o da Northwestern University dificilmente surgiriam no ambiente acadêmico brasileiro, onde as principais questões de fundo hoje são a obrigatoriedade ou não do diploma e uma dicotomia que ele considera estéril entre tecnicismo e humanismo na reforma curricular. “A faculdade de jornalismo precisa SE FAZER indispensável. Ela só pode fazer isso por meio da relevância do que produz”, escreve.Embora os jornais impressos venham comemorando boas tiragens, avalia, a expansão do acesso à banda larga pode trazer a crise ao Brasil – o que criaria uma “janela” para as redações se prepararem antes da crise. Essa “janela”, na opinião de Soares, não estaria sendo bem aproveitada nos meios profissionais, muito por conta da própria falta de pessoas para fazer o trabalho que se acumula, e dificilmente seria suprida pelos meios acadêmicos, pelo que classifica de “apequenamento do debate”. “Desse jeito, infelizmente, vai ser muito triste a hora em que a crise de verdade chegar ao Brasil. Mais triste que nos Estados Unidos”, conclui.
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